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Queremos agradecer a todos irmãos que tem nos enviado artigos para a edificação do Corpo de Cristo. Que o Eterno D-us de Israel os abençoe.

Sobre vitórias e fracassos (Data 28/10/04)

Luiz Humberto Semeghini*

Recentemente enviei correspondência a um amigo, desses de longa data, confiável, sujeito de boas falas. Pedi que desse seu parecer sobre o conteúdo de um texto que eu havia produzido.

Passados alguns dias ele me retornou e, entre outros comentários, o que mais me chamou a atenção foi o seguinte: "como tudo na vida, a linha que separa os aplausos das vaias é muito tênue".

Confesso que, inicialmente, senti um misto de desapontamento e desestímulo; entretanto, passados alguns dias, "assentada a poeira", percebi que esse tipo de resposta está tão profundamente enraizada nos nossos costumes, que não percebemos a sutileza do seu propósito.

Preciso esclarecer que, de forma alguma, estarei acusando o meu amigo de intencionalidade premeditada para fazer-me desistir do projeto, cuja análise lhe confiara; entretanto, educadamente, como é do seu feitio e sem absolutamente o desejar, provocou a sensação que já descrevi acima.

Refletindo um pouco mais sobre o fenômeno, assustei-me com a desagradável certeza de ter proporcionado a não sei quantos, ao longo da vida, este mesmo tipo de resposta; quem sabe até para os meus filhos, desencorajando-os a seguirem suas intuições. Meu Deus! Como reparar este tipo de dano, causado a tantas pessoas, e como reparar os danos causados pelas pessoas em nós mesmos.

Lembrei-me da ilustração daquela senhora que, arrependida do péssimo hábito de maldizer seus vizinhos, procurou o vigário pedindo penitência. Recomendou-lhe, então, que tomasse o travesseiro de penas e o sacudisse do alto da torre da igreja, o que ela fez rapidamente. De volta ao vigário comunicou-lhe que havia cumprido a penitência, mas este lhe disse que, aquela era a primeira parte; agora deveria recolher as penas, uma a uma. O resto da história você já sabe, ou deduz. É impossível, ela disse. Assim também é comigo, pensei, em relação às dúvidas lançadas sobre as pessoas.

Esta reflexão toda pode parecer pueril, considerando-se que o assunto sem dúvida é objeto de estudos da psicanálise; ricamente utilizado pelos publicitários para estimular ou conter nossos impulsos, em suas campanhas por algum produto, e observado na natureza, garantindo por vezes, a sobrevivência de alguns animais diante de seus predadores.

O que fazer? Romanos 16:19-20 diz: "sejais sábios para o bem, mas simples para o mal; e o Deus da paz esmagará, em breve a Satanás, debaixo de vossos pés". Como não tive, assim como o meu amigo, creio, também não teve a intenção deliberada de causar o dano, condenar-me não devo. Entretanto a tomada de consciência exigirá uma nova postura do cristão, ora desperto para mais uma das armadilhas do mundo. Doravante devo cuidar da língua e ser tardio no falar, pois quem vem a mim espera que o ajude a encontrar as respostas; não deseja respostas prontas. Glórias a Deus! Aleluia!

Mas, afinal, como ficarei com minha intuição. Como lidarei com a minha idéia, vou continuar desencorajado? Hoje, durante a devocional, tive um insight:

"Aquele que tiver medo das vaias, jamais conhecerá o aplauso".

Ouvir a voz do Espírito Santo, testificando com nosso espírito, através da Palavra de Deus é maravilhoso. Lembrei-me de Jesus Cristo, que em todo tempo teve a certeza das vaias, conforme lhe predissera o próprio Satanás, no deserto (Mt 4.) e mesmo assim perseverou. Graças a essa vitória conquistou a autoridade para justificação de nossos pecados. Esta é a evidência que interessa aos crentes conhecer, que o mundo, a carne e o diabo querem impedir o caminhar e principalmente, o trabalhar para o reino de Deus.

Judas Iscariotes andava com Jesus, ouvia o Mestre, via os milagres, participava das viagens, desfrutava da comida, controlava até as finanças, tal a intimidade. Ouvia, também, as vaias, presenciava o falatório dos fariseus, acompanhava o rumor das ameaças contra a vida do Messias. Podemos até imaginar um diálogo de Judas, com um daqueles seus conhecidos antigos: – Você está louco, andando com esse lunático vai acabar se dando mal. O que igualou Judas aos demais foi ter ouvido a voz que estimulava o papel de homem centrado nos valores sociais da época. Teve medo das vaias, acreditou que pudesse receber aplausos; rendeu-se à carne, ao mundo e ao diabo. Recebeu vaias; até hoje as recebe.

Outro exemplo clássico a ser lembrado é o de Jonas, que certamente pensou muito nas vaias que receberia em Nínive, pois o próprio Deus lhe disse que se tratava de um povo de malícias, e ele imaginando dificuldades, preferiu fugir da face do Senhor (Jn 1).

 

Graças a Deus, a Bíblia está repleta de exemplos de homens que não se deixaram intimidar pelas regras estabelecidas pela sociedade em suas épocas, e contrariando o padrão, não tiveram medo das vaias, obtendo ao final, os aplausos.

Lembremo-nos de Davi, que enfrentou, além das vaias de Golias, também a dos seus próprios irmãos de sangue (1 Sm 17). Podemos até ouvir, se atentarmos para o texto, as risadas (entendam-se vaias) dos filisteus contaminando os judeus, ao verem aquela figura de menino vestido com armadura de adulto, devem ter rido muito. Não é à toa que o gigante o desprezou. O que diferenciou Davi dos demais de seu povo foi não ter ouvido a voz que tentava impedir o seu impulso. Graças a sua inabalável fé no Deus de Israel, tornou-se rei; a história contada, não é a dos que vaiaram. Davi conheceu o aplauso.

Assim é com todo crente que perseverar, pois "herdará todas as coisas, e eu serei seu Deus, e ele será meu Filho". Apocalipse 21:7 dá ao crente a promessa dos aplausos de ninguém menos que Jesus. Glórias a Deus! Aleluias!

Para aquele, porém, que se deixar iludir pela possibilidade do aplauso, Apocalipse 21:8 revela a promessa de vaias do Senhor Jesus, tal como Ele mesmo as expressou "Mas, quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será o lago que arde com enxofre, que é a segunda morte".

Assim, irmãos, nosso aparente fracasso não significa que Deus está derrotado, prossigamos na constante busca de nossa santificação, para honra e glória do Senhor Jesus!

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(Luiz Humberto Semeghini é cristão, cientista social, profissional da área de RH, consultor de empresas.)

Breves considerações sobre o trabalho

 Luiz Humberto Semeghini

Introdução

Se as bibliotecas possuem inúmeros estudos a respeito do tema trabalho, é por que a preocupação é muito antiga, e acompanha o homem desde que este precisou garantir a sua sobrevivência.

O assunto é objeto de estudo multidisciplinar e o encontramos em análises de filósofos, sociólogos, psicopedagogos, políticos, antropólogos, teólogos. Cada qual pode posicionar-se com base nesta ou naquela teoria; contudo, como é próprio do ser humano, a conversa vai acabar em "sou a favor disso ou contra aquilo". Por isso, como se diz popularmente, vou dar um "pitaco" no tema.

Desejo acrescentar a este assunto algumas considerações sob a ótica espiritual; entretanto, como este termo é entendido de varias maneiras, tomarei como base os seguintes pressupostos:

  1. o homem foi criado por Deus;
  2. Deus revelou-se ao homem através da natureza (tangível) e pela sua Palavra;
  3. A Palavra (intangível) foi inspirada ao homem e o ensina a relacionar-se com a natureza, inclusive com seus semelhantes.

Para fundamentar a argumentação recorro à leitura do Livro de Gênesis, o qual leva-me a crer que a atividade trabalho é imanente ao Criador e, portanto, faz parte da essência de

Deus, pois Ele autonomamente decidiu fazer, formar e criar o mundo. Ao criar o homem, o fez segundo a sua imagem e semelhança. Se Ele dotou o homem da sua essência; como corolário, a criatura veio a existir já dotada de autonomia para: fazer, formar e (re) criar; e isto segundo a inteligência que lhe foi dada pelo Criador. Decorre, então, a idéia de que a nossa semelhança com o Eterno estaria expressa nesta atividade (trabalho), por excelência, humana. Descarta-se a atividade de animais dessa categoria.

Um pouco adiante, e ainda sob a luz de Gênesis, vejo a criatura rebelar-se e pretender assumir o lugar do Criador, causando o distúrbio no equilíbrio reinante até então. Qual teria sido o fator que provocou a ira de Deus, culminando com a expulsão do homem do Paraíso? Teria sido o prevalecer seus interesses sobre o semelhante? Quem sabe exceder ao limite da autoridade que lhe fora delegada? Qual poderia ter sido a causa da decisão de Deus, de determinar a mudança do plano inicial de manter o homem no Paraíso? Resolvi ficar com o que a própria Palavra afirma ter sido o motivo: a desobediência como ato em si mesmo.

No inicio estava garantida a autonomia do homem, representada por: "frutificai e multiplicai-vos, enchei a terra, e sujeitai-a. Dominai sobre peixes, aves e animais... ervas, sementes, árvore, etc.", que lhe delegara o Criador. Deus avaliou o seu desempenho, aceitou os nomes que o homem dera aos animais e às plantas, quando os trouxe à sua presença. Tudo estava indo muito bem, entretanto, ao desobedecer, a criatura, então semelhante ao Criador pela atividade trabalho e doravante aqui chamada de trabalhador, rompeu o acordo expresso que mantivera com Deus. Resultado: demissão por justa causa.

Diz o autor de Gênesis no capítulo 2 que após criar o Éden, "O Senhor Deus tomou o homem, e o pôs para o lavrar e guardar". Entretanto, aquilo que à luz do texto era prazeroso, já que poderia ser cumprido com autonomia, passou a ser atividade pesada e enfadonha, conforme descrito no capítulo 3:19: "Do suor do rosto comerás o teu pão...", posto que, agora, perdida a condição de autonomia, tornava-se heterônomo. Ao meu ver, é isto que faz toda a diferença. No trabalho autônomo, o indivíduo encontra o prazer em fazer o excelente para atender ao outro; já no trabalho heterônomo, o indivíduo faz para o outro com a finalidade de apenas satisfazer necessidades elementares da sua própria sobrevivência. E isto é, verdadeiramente, a morte.

A sua ressurreição se dará pelo processo de desenvolvimento do ser espiritual, até atingir sua plenitude no estabelecimento do compromisso para com o outro, e que hoje nas empresas conhecemos por foco no cliente. Este processo terá como fator determinante o aprender a servir e levar em consideração o Q-C-E..

Servir é o principio de autonomia contida nos dizeres de Jesus (Mc 10:45) "Mas o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos". Sem ninguém o obrigar, mas, voluntariamente. Autonomamente. Ninguém jamais o igualou neste mister (io).

 

Há motivo para preocupações com o fim (extinção) do trabalho?

 

Se acreditar que Deus criou o homem e tudo o que há no universo, então devo acreditar que nEle está contido todo conhecimento; e portanto, as descobertas que ocorreram no passado; as que estão acontecendo no presente e aquelas que irão acontecer no futuro são frutos da permissão divina; inclusive a investigação que as ciências sociais estão realizando a respeito do tema trabalho.

No estudo sistemático da Bíblia vemos reveladas as estratégias para obtenção do sucesso, mas também as implicações para os casos de rebeldia. Usada apenas como adorno, ficará aberta em uma página qualquer, amarelando-se à luz do sol, sem apresentar nenhum resultado prático. Se entendida como Manual do Fabricante, e consultada com a finalidade de obter conhecimento de Deus, então se constituirá na Palavra revelada para as situações do dia-a-dia, seja na vida pessoal, ou na condução de uma empresa ou nação.

Afinal, que dirigente não gostaria de ter informações privilegiadas, que lhe permitissem dar um passo que seja na frente de seus adversários, oponentes, concorrentes? Entretanto, são significa que a Bíblia seja equivalente aos oráculos, videntes e assemelhados, aos quais muitos (alguns disfarçadamente) recorrem. Nela estão contidos conselhos e fatos históricos que abalizam decisões. O Livro de Provérbios é riquíssimo.

Segundo a Bíblia, Deus após criar o universo e o trabalhador, descansou. Entretanto isto não quer dizer que se instalou no Céu o ócio. Jesus ensinou aos seus desafetos, quando o questionaram sobre um milagre feito em um sábado que "Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também" (Jo 5:17), e aos discípulos "Vou preparar-vos lugar" (Jo 14:2c) e ainda "Se me pedirdes qualquer coisa em meu nome, eu o farei" (Jo 14:14). Estas palavras desaconselham qualquer interpretação de ociosidade. Não seria esta uma prova de que jamais haverá o fim do trabalho? Pelo menos não enquanto poder criador.

 

De volta a terra.

 

O artigo 2º da CLT, conceitua como empregador a pessoa física ou jurídica que "assume o risco do negócio, contrata mediante remuneração, e subordina à sua vontade pessoa física". Não estaria contida neste enunciado a idéia de autonomia na figura daquele a quem a si mesmo atribui a responsabilidade sobre o empreendimento? Sim, e nela está, também, a possibilidade de provocar heteronomia naquele que for contratado por ele. Em tempo: pessoa jurídica é constituída de pessoas físicas; paredes não têm vida.

Por outro lado, no seu artigo 3º vemos na condição de empregado a "pessoa física que aceita cumprir ordens do empregador ou seu preposto, mediante remuneração". Não é esta a configuração do trabalho heterônomo? Sim, e nela está subjacente o sentimento de morte, ou perda da autonomia, conforme acima constatado.

Evidentemente não proponho a leitura do particular (lei brasileira) para o geral (sociedade industrial), e sim o inverso; então procuro a confirmação bíblica para o fenômeno mundial de falta de emprego.

Peço licença para acreditar que, a forma de trabalho que tende a se extinguir é aquela expressa pela relação manda quem pode/obedece quem tem juízo, própria do trabalho com vínculo empregatício.

Que tal refletir se a nova ordem mundial da economia globalizada, que exige constantemente atualização de padrões e manutenção de foco nas necessidades do cliente, não estaria contribuindo para a emancipação do trabalhador ao eliminar a base que sustenta o trabalho alienado? Em caso positivo, é preciso que o homem (re) descubra o conceito de autonomia, que perdeu juntamente com o privilégio de morar no Paraíso.

 

Recuperando a autonomia perdida.

 

O Antigo Testamento, pode revelar, no Livro de Rute, por exemplo, o paradigma para trabalhador autônomo, quando ela, diante de uma situação de crise diz à sua sogra (viúva como ela mesma) "deixa-me ir ao campo, e apanharei espigas atrás daquele em cujos olhos eu achar graça". Considerando que a sobrevivência de ambas dependia do alimento, orientada para aquela finalidade, autonomamente manifestou seu plano de ação para o cliente (sua sogra), o qual, após analisar a proposta o aceitou: "vai, minha filha" O sucesso do empreendimento foi completo, refletindo inclusive na continuação da história do povo judeu e na concretização da promessa messiânica. Teria Rute conhecido o modelo de plano de ação da GQT (3W1H)? Acredito que não, porém o método está contido na afirmação feita inicialmente que em Deus está todo conhecimento.

A propósito, conhecimento parece ser a bola da vez da teoria da administração, e busca-se através da sua gestão, ampliar aquilo que já é domínio público (conhecimento expresso), através do absorver, também, o caminho seguido pelo indivíduo, na tomada de decisões quando, ao produzir resultados, gera o conhecimento tácito, aqui entendido como a capacidade de aprender com o processo e o reproduzir em situações análogas.

Notamos hoje, na sociedade em geral, e nas empresas em particular, uma preocupação em ter no trabalhador alguém mais participativo. Parece que hoje o capitalismo, representado pela sociedade industrial, quer ver no homem um ser reflexivo, mais criativo. Ainda que seja uma criatividade controlada, administrada; não se pode negar que este impulso poderá favorecer ao desenvolvimento das suas capacidades intelectuais e espirituais, caso não se limite apenas ao acesso às informações.

Na verdade, aquele indivíduo dependente (subordinado) de seu superior (chefe) para tudo, sem a capacidade de visualizar o processo de produção na sua totalidade, está sendo descartado. Privilegiam-se outros (subordinado e chefe), mais que informados, agora capazes de avaliar a situação e decidir com base no conhecimento objetivado, orientado para uma finalidade (meta).

O impulso, ao revelar-lhes uma visão de conjunto da produção, poderá, ao mesmo tempo, torná-los mais hábeis para entenderem-se em sua própria natureza social, e assim levá-los a preocuparem-se mais com os aspectos gerais do contexto social (ou grupos de trabalho) do que com os dados isolados da sua individualidade.

Mas, dentre a avalanche de informações disponibilizada pela sociedade industrial, como distinguir aquela que levará ao conhecimento adequado?

Quais os fatos com os quais devo me ocupar? Ora, não seriam aqueles que se apresentam com regularidade? Não é assim que se procede nas experiências científicas? E como saber se este ou aquele trará o resultado esperado? A não ser pela experiência é impossível constatar antecipadamente os resultados esperados.

Na esfera da produção, a informação é produzida desordenadamente e nos chega de todos os lados. Mas informação por si só não é garantia de resultado. Considerando o trabalho como a experiência do saber adquirido, podemos entender o resultado do processo de trabalho como a concretização da informação, transformada pelas competências humanas, e que servirá de base para a elaboração posterior do conhecimento expresso, até que novo evento venha requerer, novamente, o movimento dos elementos presentes, gerando nova informação, nova transformação e novo resultado.

 

Desenvolvimento espiritual como processo gerador do novo homem

 

Para poder inspirar o Livro de Êxodos, o Senhor Deus construiu em Moisés, durante oitenta anos, as competências que ele iria utilizar para libertar o seu povo do cativeiro do Egito. A primeira etapa constituiu-se em desenvolver o saber. Matriculando-o nas escolas da época garantiu-lhe, durante quarenta anos, acesso às pesquisas que os mais ilustres mestres faziam nas academias egípcias, e ensinavam somente para a elite. Graduado em ciências físicas, biológicas, nas artes, diplomacia, religião e estratégias de guerra e paz, Moisés possuía o conhecimento expresso, disponibilizado pelos mestres e registrado nos papiros; entretanto ainda não estava pronto para o grande empreendimento divino da época. Ato contínuo, Deus criou as condições para o desenvolvimento das suas habilidades. Levando-o ao convívio com um povo de cultura diferente, as necessidades exigiam dele, entre outras coisas: praticar outras línguas, reconhecer valores culturais, tirar água de poço, conduzir rebanho para pastar, tratar de feridas, fazer seu próprio alimento, disputar o espaço com outros pastores, orientar-se pelas estrelas para voltar para casa, reconhecer indícios de mudança de estação, identificar perigos, afugentar lobos, matar cobras, engolir sapos, etc. Passaram-se mais quarenta anos, durante os quais Moisés adquiriu, pela experimentação, o conhecimento tácito. Só então o Senhor Deus pode comunicar o seu plano a Moisés.

Restava convencê-lo a querer disponibilizar tudo isto em favor da causa da libertação do povo; o que foi objeto de intensa negociação entre Deus e Moisés, tendo este usado todos os recursos disponíveis e técnicas de negociação para livrar-se do grande desafio. Depois de obter a garantia da presença de Deus com ele (comprometimento), Moisés passou a manifestar as atitudes que comprovaram o seu total envolvimento no projeto. Ressalte-se que, mesmo quando Deus, no final da viagem de mais quarenta anos, comunicou a Moisés que não entraria na Terra Prometida, ele demonstrou seu total envolvimento no projeto, satisfazendo-se em vê-la à distância. Moisés estava mais ocupado com os aspectos gerais do contexto social (ou grupos de trabalho) do que com os dados isolados da sua individualidade.

 

Afinal, qual é a proposta?

Reconhecer que Deus, em sua onisciência, ao criar o homem à sua semelhança, dotou cada um dos exemplares com características peculiares, as quais podem ser catalogadas e estudadas na Bíblia.

A propósito, o apóstolo Paulo escrevendo tanto para os Efésios quanto aos Coríntios, tratou deste assunto com especial cuidado, mesmo sem ter à sua disposição as descobertas da genética e experiências da psicologia, produzidos vinte séculos depois. Deus onisciente o inspirou, dado a importância do fato.

Recorro ao texto para reforçar a idéia do desenvolvimento da espiritualidade, aqui entendida o "estado de profundo relacionamento com Deus", como processo para superação do individualismo e descobrimento da dimensão do outro (individuação), ambos em perfeita dependência, compreendida no ensino de Paulo "Pelo que deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo, pois somos membros uns dos outros".(Ef. 4:25).

Começando pelo próprio individuo, constituído por corpo, alma e espírito, a proposta de desenvolvimento espiritual contempla a contribuição para o equilíbrio do ser, através da descoberta dos dons, com os quais foram dotados por Deus.

O reconhecimento do conceito de diaconia como instrumento de interação e sinergia ampliadas para serviço estabelece o comprometimento com resultados, superando-se objetivos inicialmente esperados.

O estabelecimento do clima de koinonia permite a manutenção do grupo que encontra soluções, incentiva inovações e responde positivamente aos desafios que lhe são impostos, pois que supera medo, angustia e aflição, pela conquista do conceito de liberdade contida em "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará" (Jo 8:32).

O homem não pode fazer germinar a semente, mas pode organizar o jardim.

- estabelecer critérios para assegurar alto grau de profissionalismo entre interesses dos trabalhadores e do dono do negócio; (responsabilidade por resultados)

- torná-los (interesses) conhecido pelos trabalhadores, para evitar comportamentos inadequados e expectativas falsas entre as partes; (preservação da ética e da moral)

- permitir evolução através dos relatos dos trabalhadores e dificuldades surgidas para administração das mesmas. (desenvolvimento da cidadania plena)

Queremos criar um clima de abertura que alavanque a participação dos empregados na melhoria da competitividade da empresa, que facilite a troca aberta de opiniões, que motive as pessoas a trabalhar na empresa e que ajude a realizar a Missão de Objetivos da Organização.

Considerações finais

Ec. 09:10 – Tudo o que te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, pois na sepultura, para onde vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.

Nosso reconhecimento à contribuição dos consultores de organizações, aqui lembrados na figura de Jetro, sogro de Moisés, talvez o primeiro consultor de D.O. da história, que orientou o genro a adotar o organograma, para facilitar o processo de delegação.

( vide Livro de Êxodo – cap. 18)

Luiz Humberto Semeghini é cientista social, pós-graduado em Administração de RH, consultor de associativismo.

Envie seu artigo para esse endereço:  oraipelapazdeisrael@yahoo.com.br